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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Morrer na paz da Austeridade !


Hoje vi uma noticia de morte : 
Carlos Almeida, o presidente da ANEL (Associação Nacional de Empresas Lutuosas...e não Luxuosas), afirmou que o subsídio por morte, com a redução anunciada no Orçamento do Estado para 2013, vai ser insuficiente para realizar um funeral "habitual". Segundo o "cangalheiro-mor", os €1200 não serão suficientes para que seja feita um funeral digno. 
Mas o mais estranho (para mim) da noticia é que foi feita no decorrer do salão internacional do sector funerário e arte sacra, de nome Ambifuner 2012. Sim, isso mesmo que estão a pensar...é tipo a Nauticamp mas não é na FIL nem para quem pretenda comprar um iate. É no CCL e é mais direccionado a pessoas que estejam a pensar em morrer e pretendam comprar um jazigozito ou um forno crematório porreiro. E nem vou falar nas Tanotoestéticas brutais. Vejam os casos da Betty Grafstein, da Duquesa de Alba ou da Lili Caneças. É que nem se nota o óbito nem nada...
Ok...Pronto, da Duquesa de Alba já tou a abusar um bocadinho, eu sei...

O Carlos Almeida depois esclareceu ser impossível traçar uma média de preços de um funeral, mas ainda assim exemplificou : "Um funeral de alguém que tenha morrido na Amadora e que venha ser cremado a Lisboa, a taxa de cremação vai quase aos 400 euros, contra uma taxa de 120 euros que essa mesma câmara cobra a um residente. Se somarmos a esses 400 euros, 300 e algo da utilização da capela os custos são logo de cerca de 700 euros".
Porra, a Câmara cobra uma taxa de €120 do quê ? Parquímetro via EMEL por estar quietinho no mesmo sitio mais do que 12 horas ?! E depois não pude deixar de achar curioso o exemplo "Amadora"...Eu achei isso um bocado racista. Até porque normalmente quem é da Amadora e arredores, opta por fazer assaltos fora da área de residência e morre abatido a tiro dentro de um Saxo Cup em perseguições com a PSP no Eixo-Norte Sul ou Vila Franca de Xira. E depois, sejamos realistas, hoje em dia é mais normal morrer de uma explosão de um ATM do que de um simples ataque cardíaco. Logo, é mais fácil morrer perto de uma junta de freguesia...
 
Uma pessoa nasce e tem logo cerca de €20Mil de dívida ao País e quando morre, pode nem sequer tem guita para o funeral. Efectivamente existe uma certa coerência, tipo : se não há dinheiro para viver, também não há dinheiro para morrer...
Ninguém me tira da cabeça que isto do não poder pagar o próprio funeral são mais medidas do Governo para que as pessoas nem sequer ousem falecer, afim de ficarem vivas mais tempo para pagar impostos.  
Portanto, meus caros...se estão a pensar em cortar os pulsos ou praticar bungee jumping sem corda da ponte 25 de Abril, esqueçam. Um gajo tem que emigrar para falecer. Como tal, optem pela ponte Karlův em Praga. Sempre é uma morte mais charmosa e com sorte, o corpo poderá nem sequer ser encontrado...

E agora não vou escrever mais porque tou com vontade de ir à casa-de-banho...

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