origem

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Alce vai nú ! - Capítulo VII


Hoje o Alce acordou tranquilo. 
Levantou-se, passou pelo espelho e viu-se. A sua cara mudou para um tom de tristeza e revolta. Por fim, gritou : 
    «Espero que estejas orgulhoso da m*rda que fizeste, seu estúpido anormal !». Depois seguiu em direcção da cozinha em passo apressado. Mas logo de imediato, voltou para trás e colocou-se novamente em frente ao espelho, mas desta vez com um ar de desprezo : 
    «Opa...não fales pra mim, ó doente mental !», exclamou. 
E depois, mais calmo e com um visível ar de alivio, foi preparar um pequeno-almoço saudável que consistia num croissant com geleia de frutos silvestres e um copo de sumo de laranja para misturar com as metanfetaminas...

O meia-dose entrou na casa de Alce e contou a novidade :
    «Olha, pá...emagreci 50 Kgs !!»
O Alce ficou surpreendido. Primeiro porque o anão nunca pesou mais do que 45kg e depois porque ele parecia exactamente igual. O olhar de Alce era de interrogação...
    «Então...acabei com ela....», concluiu o meia-dose.
    «Ah...ok, ok...», concordou o Alce.
Logo de seguida e com um nítido ar de curiosidade, o meia-dose perguntou :
    «Olha lá, Alce...como é que conheceste a tua namorada ?».
   «Qual delas ? Aquela que está fechada na cave e que é parecida com a Maddie, mas que entretanto cresceu ou aquela que tem síndrome de Tourette's ?!».
    «Aquela que não diz uma frase sem te mandar pó c*ralho...», explicou o anão. 
O Alce, esclarecido, deu por si a ficar com os olhos húmidos de lágrimas. A sua cara encheu-se de nostalgia e por fim respondeu : 
   «Olha, meu pequeno amigo. Sem me lembrar muito bem como, nós tornámo-nos amigos no Facebook. E um dia lá combinamos um encontro..."
   «Pois...os arranjinhos do Facebook...», comentou o meia-dose, fazendo sinais de aspas com os mini dedos.
    «Sim, sim. Mas acredita que nem sequer era com a finalidade de raptá-la para tráfico humano nem nada desse género...», apressou-se o Alce por esclarecer «...este caso eu soube logo que iria ser diferente, pá !».
     «E como é que foi o primeiro encontro ? Ias nervoso ?!», quis saber o anão, ao mesmo tempo que fazia um ar pimpão.
     «Mentiria se dissesse que não...», confirmou o Alce. «Tinha uma grande expectativa, sabes ?. Ela tinha umas fotos de perfil publicadas e como tal, eu tinha a convicção que ela era um unicórnio...». 
     «Ou isso ou tinha uma forma engraçada de comer cornetos...», gracejou o anão. «Então mas...como é que foram acabar os dois juntos ?». 
O Alce fez uma pausa. Aproximou-se calmamente da janela. Olhou para o horizonte, suspirou e concluiu :
     «Sabes, pá...os milagres acontecem quando juntas caridade com uma garrafa de Vodka...».
O meia-dose achou que devia abraçar o Alce, por isso, aproximou-se dele e agarrou-se à sua perna...

Para evitar que o ambiente ficasse muito estranho, o Alce optou por mudar o rumo da conversa : 
      «Então e...como tem corrido as tuas aulas de condução ?»
      «Epa, normais...apesar de ter ficado com a impressão que o instrutor ficou aborrecido comigo...», contou o anão.
      «Porquê, pá ?!», perguntou o Alce.
    «Pá, ele perguntou-me : "O que é que se faz quando apanhamos um semáforo vermelho?" Eu respondi tipo : "olha...encosta-se e espera-se que a puta se aproxime..."», respondeu o anão com cara de "duhhh".
E riram muito...e depois foram fumar uma...

O Alce deitou-se cedo e com ar de culpa. 
Olhou para a sua namorada, sim aquela que tem síndrome de Tourette's e que se encontrava amarrada e amordaçada na cama : 
     «Tenho que te confessar uma coisa. Ontem...conheci uma gaja no bar. Ela pediu-me um cigarro e depois...pronto...acabámos por ter sexo violento contra a porta do WC», confessou o Alce. 
A namorada deste, sim aquela que tem síndrome de Tourette's, ficou a olhar para o ele com um ar furioso. Tentou mexer-se mas percebeu que não iria conseguir.
    «Sinto-me horrível com esta situação...», continuou o Alce. «Sim eu sei...eu tinha-te prometido que nunca mais voltava a fumar...».
A rapariga começou então a tentar soltar-se ao mesmo tempo que tentava protestar. Mas tudo o que se ouvia eram apenas sons abafados...
    «Ah, e pára de fingires que tás farta de mim, ok?», disse o Alce. 
E continuou : 
    «Não sei se te apercebeste, mas essa cena de tentares fugir excita-me...».

Sem comentários:

Enviar um comentário