Hoje o Alce acordou tranquilo.
Levantou-se, passou pelo espelho e viu-se. A sua cara mudou para um tom de tristeza e revolta. Por fim, gritou :
«Espero que estejas orgulhoso da m*rda que fizeste, seu estúpido anormal !». Depois seguiu em direcção da cozinha em passo apressado. Mas logo de imediato, voltou para trás e colocou-se novamente em frente ao espelho, mas desta vez com um ar de desprezo :
«Opa...não fales pra mim, ó doente mental !», exclamou.
E depois, mais calmo e com um visível ar de alivio, foi preparar um pequeno-almoço saudável que consistia num croissant com geleia de frutos silvestres e um copo de sumo de laranja para misturar com as metanfetaminas...
O meia-dose entrou na casa de Alce e contou a novidade :
«Olha, pá...emagreci 50 Kgs !!»
O Alce ficou surpreendido. Primeiro porque o anão nunca pesou mais do que 45kg e depois porque ele parecia exactamente igual. O olhar de Alce era de interrogação...
«Então...acabei com ela....», concluiu o meia-dose.
«Ah...ok, ok...», concordou o Alce.
Logo de seguida e com um nítido ar de curiosidade, o meia-dose perguntou :
«Olha lá, Alce...como é que conheceste a tua namorada ?».
«Qual delas ? Aquela que está fechada na cave e que é parecida com a Maddie, mas que entretanto cresceu ou aquela que tem síndrome de Tourette's ?!».
«Aquela que não diz uma frase sem te mandar pó c*ralho...», explicou o anão.
O Alce, esclarecido, deu por si a ficar com os olhos húmidos de lágrimas. A sua cara encheu-se de nostalgia e por fim respondeu :
«Olha, meu pequeno amigo. Sem me lembrar muito bem como, nós tornámo-nos amigos no Facebook. E um dia lá combinamos um encontro..."
«Pois...os arranjinhos do Facebook...», comentou o meia-dose, fazendo sinais de aspas com os mini dedos.
«Sim, sim. Mas acredita que nem sequer era com a finalidade de raptá-la para tráfico humano nem nada desse género...», apressou-se o Alce por esclarecer «...este caso eu soube logo que iria ser diferente, pá !».
«E como é que foi o primeiro encontro ? Ias nervoso ?!», quis saber o anão, ao mesmo tempo que fazia um ar pimpão.
«Mentiria se dissesse que não...», confirmou o Alce. «Tinha uma grande expectativa, sabes ?. Ela tinha umas fotos de perfil publicadas e como tal, eu tinha a convicção que ela era um unicórnio...».
«Ou isso ou tinha uma forma engraçada de comer cornetos...», gracejou o anão. «Então mas...como é que foram acabar os dois juntos ?».
O Alce fez uma pausa. Aproximou-se calmamente da janela. Olhou para o horizonte, suspirou e concluiu :
«Sabes, pá...os milagres acontecem quando juntas caridade com uma garrafa de Vodka...».
O meia-dose achou que devia abraçar o Alce, por isso, aproximou-se dele e agarrou-se à sua perna...Para evitar que o ambiente ficasse muito estranho, o Alce optou por mudar o rumo da conversa :
«Então e...como tem corrido as tuas aulas de condução ?»
«Epa, normais...apesar de ter ficado com a impressão que o instrutor ficou aborrecido comigo...», contou o anão.
«Porquê, pá ?!», perguntou o Alce.«Pá, ele perguntou-me : "O que é que se faz quando apanhamos um semáforo vermelho?" Eu respondi tipo : "olha...encosta-se e espera-se que a puta se aproxime..."», respondeu o anão com cara de "duhhh".
E riram muito...e depois foram fumar uma...
O Alce deitou-se cedo e com ar de culpa.
Olhou para a sua namorada, sim aquela que tem síndrome de Tourette's e que se encontrava amarrada e amordaçada na cama :
«Tenho que te confessar uma coisa. Ontem...conheci uma gaja no bar. Ela pediu-me um cigarro e depois...pronto...acabámos por ter sexo violento contra a porta do WC», confessou o Alce.
A namorada deste, sim aquela que tem síndrome de Tourette's, ficou a olhar para o ele com um ar furioso. Tentou mexer-se mas percebeu que não iria conseguir.
«Sinto-me horrível com esta situação...», continuou o Alce. «Sim eu sei...eu tinha-te prometido que nunca mais voltava a fumar...».
A rapariga começou então a tentar soltar-se ao mesmo tempo que tentava protestar. Mas tudo o que se ouvia eram apenas sons abafados...
«Ah, e pára de fingires que tás farta de mim, ok?», disse o Alce.
E continuou :
«Não sei se te apercebeste, mas essa cena de tentares fugir excita-me...».
E continuou :
«Não sei se te apercebeste, mas essa cena de tentares fugir excita-me...».
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